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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

esperando Godot?











O arquiteto Miguel Figueira, que juntamente com um grupo de cidadãos, venceu na categoria Cidades o prémio do Movimento Milénio, iniciativa promovida pelo Jornal Expresso e pelo Millennium BCP, foi à última reunião de Câmara apresentar o projecto do bypass, com que propõem resolver simultaneamente o problema do extenso areal na praia da Figueira e o do desaparecimento de areias a sul do Mondego. Como? Usando a areia a norte para proteger o sul da erosão e «devolver o mar à cidade», o lema deste movimento. 

Segundo as informações disponibilizadas pelo movimento cívico, o bypass na Figueira seria um sistema composto por um pipeline (uma tubagem) sob o Mondego que transportaria a areia com água por bombagem, do lado norte do Porto Comercial para as praias a sul. Proposto para a reposição da deriva litoral poderia também extrair a areia que se deposita no rio junto ao molhe norte, diminuindo, acredita este movimento, os custos da dragagem da barra. O valor da sua construção, que o movimento estima em 15 milhões de euros (ME), poderia, acreditam, não se refletir no custo efetivo, considerando o proveito que poderia advir da comercialização de parte da areia atualmente retida na praia da Figueira da Foz. Para a sustentabilidade da solução haveria, sustentam ainda, que “articular a extração pelo bypass com a dragagem e ainda contabilizar a poupança no custo das obras de defesa da costa atacada pela erosão: 3 ME em 2012, anunciados pelo INAG, só até à Marinha das Ondas, quando a frente de mar que sofre do impacto da deriva, a sul do Mondego, se estende numa extensão 6 vezes superior, até ao canhão da Nazaré”. Recorde-se que a audição, no município, de Miguel Figueira, tinha sido reiteradamente pedida pela bancada do PSD, com o apoio do Movimento Figueira 100%. O pedido, porém, especificava que a apresentação do projeto do bypass deveria ser feita numa reunião em que estivessem presentes, também, os responsáveis pela revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC), o que não aconteceu, já que o presidente da autarquia, João Ataíde, optou por convocar, primeiro, a equipa técnica que está à frente do projeto do novo POOC. Nessa altura, estes responsáveis afirmaram a sua disponibilidade para reunir com o movimento que defende o bypass, mas o encontro acabou por nunca acontecer. “Somos um simples movimento, ou estamos legitimados por esta câmara ou não, e se equipa do POOC está a falhar não é connosco, é com esta câmara”, afirmou Miguel Figueira, lembrando que o próximo POOC “vai fechar as opções para os próximos 10 anos, e decidir se próximo QREN pode apoiar ou não o projeto do bypass”. O arquiteto considera que a equipa do POOC “devia fazer um estudo comparativo das soluções”, incluindo a do bypass, com os respetivos estudos de viabilidade económica, “para apresentar a quem tem a responsabilidade da decisão política”. Em resposta, João Ataíde afirmou ter solicitado “expressamente” que o movimento fosse ouvido pela comissão do POOC, para que o projeto fosse, pelo menos, ponderado. Todavia, e apesar de terem estado presentes na conferência com o responsável pelo bypass em Coolangata, na Austrália, promovida pelo movimento, os responsáveis do POOC não procederam, ainda, a qualquer agendamento de  reunião que lhes permitisse obter todas as informações sobre o projeto. “O calendário é até dezembro, e este é um choque de paradigmas na proteção da orla costeira, é uma cambalhota que leva tempo, e gostávamos de ter tempo para poder contribuir positivamente para o processo”, sublinhou Miguel Figueira (...)

in o Figueirense de 19 de Outubro

Acrescentamos ainda que a previsão de investimento para as obras de defesa costeira, a sul do Mondego, pelos técnicos do POOC, está estimada em 50ME. O principal facto para o agravamento da despesa é a falta de areia...

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